Clubes pressionam e CBF toma medida drástica sobre o GRAMADO SINTÉTICO

Os clubes levantaram críticas contra o uso de gramados sintéticos durante uma reunião virtual com a CBF. Apenas Athletico, Botafogo e Palmeiras não possuem gramados naturais, levantando a possibilidade de veto a esse tipo de campo no futuro.

CBF convoca reunião sobre gramado sintético

CBF vai discutir sobre gramado sintético
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Embora não haja planos imediatos de proibição, a CBF convocou a Comissão de Médicos para analisar a questão em conjunto com a Comissão Nacional de Clubes, que foi eleita recentemente e inclui representantes de vários clubes da Série A. Além disso, a CBF prometeu contratar consultoria internacional para um estudo mais aprofundado sobre o assunto.

Atualmente, apenas Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras utilizam gramados sintéticos em seus estádios. O Palmeiras, no entanto, tem jogado na Arena Barueri, que possui grama natural, enquanto resolve os problemas do Allianz Parque. Outros clubes, como o Atlético-MG, também consideram a instalação de grama sintética, mas há uma mobilização para vetar seu uso, embora uma proibição não esteja prevista para ocorrer em 2024.

Presidente do Fluminense contra

O debate sobre o uso de gramados sintéticos foi iniciado pela Fenapaf, com o presidente Alfredo Sampaio, e apoiado pelo presidente do Fluminense, Mario Bittencourt. Vários clubes expressaram sua oposição aos campos artificiais, citando preocupações com lesões e desempenho esportivo para a CBF.

Por outro lado, representantes do Palmeiras, incluindo a presidente Leila Pereira, o vice Paulo Buosi e o capitão Gustavo Gomez, contestaram os argumentos a favor do veto aos gramados sintéticos. Eles destacaram que seus atletas tiveram menos lesões do que os adversários que jogam em campos naturais e expressaram preocupação com todos os tipos de superfícies de jogo.

Rivalidade entre Palmeiras e São Paulo aumenta

A Comissão de Médicos da CBF está estudando o assunto e apresentou alguns dos trabalhos mais recentes sobre o tema, embora considere que ainda não existem conclusões definitivas. Esse debate acrescenta mais um elemento à rivalidade entre Palmeiras e São Paulo, que têm mantido relações acirradas, especialmente após o último clássico, disputado no Morumbi e marcado por lesões relatadas pela equipe tricolor.

Um grupo composto pelo São Paulo, representante da Libra, juntamente com outros quatro clubes da Liga Forte Futebol (LFF), expressou sua oposição ao uso de gramados artificiais. O Palmeiras, por sua vez, argumenta que o foco deveria ser na qualidade dos gramados naturais, citando críticas recentes a estádios como o Maracanã, o Mineirão e o Mané Garrincha, que sediaram jogos da Copa do Mundo há uma década. A CBF ainda não tomou uma posição definitiva, mas ressalta que qualquer veto só seria possível a partir do próximo ano.

Dados sobre desempenho das equipes em grama sintética

De acordo com um levantamento realizado pelo Estadão em novembro de 2023, analisando os resultados de cada equipe na temporada anterior e na primeira temporada após a instalação do gramado sintético, Athletico-PR e Botafogo apresentaram melhorias de desempenho significativas.
Em 2016, o Athletico-PR viu seu aproveitamento subir de 63,9% para 79,8%, um aumento de 25% nos pontos conquistados. Naquela temporada, o clube garantiu sua classificação para a Libertadores de 2017 e sofreu apenas duas derrotas, em comparação com as quatro derrotas na temporada anterior.

Em 2022, o Botafogo teve um aproveitamento em casa de apenas 49,5%, com 13 vitórias e 12 derrotas. No entanto, na última temporada, após a instalação do gramado sintético no Estádio Nilton Santos, o clube registrou 100% de aproveitamento no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, alcançando a liderança isolada na época.

Queda Palmeirense

O Palmeiras foi o único dos três clubes que registrou uma queda em seu aproveitamento após a implementação do gramado sintético. Em 2019, o clube conquistou 78% dos pontos; na temporada seguinte, a primeira com o novo tipo de grama, esse percentual caiu para 70,4%.

A intensidade do calendário é apontada como uma das principais causas dos problemas enfrentados pelos estádios com gramado natural, como Maracanã e Mineirão. Em 2023, o estádio carioca sediou mais de 70 partidas, enquanto o Mineirão recebeu 32 jogos. Além disso, os shows realizados nos estádios e a chuva também prejudicam a recuperação do campo.

Apesar disso, a grama sintética também apresenta suas desvantagens. O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, já reclamou publicamente das condições do gramado do Allianz Parque após shows da cantora Taylor Swift. Além disso, estudos realizados em diferentes partes do mundo apresentam resultados divergentes sobre o impacto das superfícies sintéticas na incidência de lesões.

A CBF está buscando chegar a uma conclusão própria por meio de consultoria internacional e da análise da Comissão de Médicos, visando fornecer informações substanciais para o debate na Comissão Nacional de Clubes.

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