STJD pune o Sport por incidentes após jogo contra o Fortaleza

O clube foi punido após torcedores agredirem jogadores do Fortaleza após jogo pelo Copa Nordeste

O Sport enfrentou as consequências de eventos ocorridos após o confronto com o Fortaleza, em um julgamento conduzido pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta terça-feira. As sanções aplicadas incluem a obrigação de disputar oito partidas sem a presença de torcedores, a proibição de receber torcida visitante durante o mesmo período e uma multa de R$ 80 mil.

Sport denunciado

Sport punido
Foto: LEO FREITAS / JC IMAGEM

A denúncia contra o clube pernambucano foi fundamentada no Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que versa sobre a conduta inadequada de torcedores ou membros de uma equipe durante um evento esportivo. Segundo as diretrizes do CBJD, o Sport poderia ter sido punido com até dez jogos com portões fechados. Contudo, o relator Diogo Maia sugeriu uma penalidade de oito partidas, que foi acatada de forma unânime pelos demais auditores.

Apesar da decisão unânime da Segunda Comissão Disciplinar do STJD, ainda resta a possibilidade de recurso por parte do Sport. O caso será então avaliado pelo Pleno do STJD, que terá a responsabilidade de deliberar sobre a continuidade ou modificação das sanções impostas ao clube pernambucano.

Na audiência, além dos representantes do Leão, como o vice-presidente jurídico Rodrigo Guedes e o diretor Silvio Baptista, também estiveram presentes figuras importantes como o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, e membros da diretoria do Fortaleza e da Federação Cearense de Futebol (FCF).

Lei Geral do Esporte

A defesa do Sport baseou-se na Lei Geral do Esporte, que estipula que o Estado é responsável pela segurança pública em um raio de 5km dos estádios, passando então a responsabilidade para o time mandante. O clube argumentou que o ônibus da delegação do Fortaleza estava sendo escoltado quando sofreu o ataque, caracterizando-o como um “ataque planejado por uma organização criminosa”.

Protesto

No incidente ocorrido na madrugada do dia 22 de fevereiro, o ônibus que transportava a equipe do Fortaleza foi alvo de pedras e bombas ao deixar a Arena Pernambuco, resultando em seis jogadores feridos, sendo o caso mais grave do lateral Escobar, atingido na cabeça por um estilhaço. Em protesto contra a impunidade, o Fortaleza entrou em campo no último domingo, pelo Campeonato Cearense, com camisas manchadas de sangue, exigindo justiça para os responsáveis pelo ataque, que até então não foram detidos.

Dos seis jogadores que necessitaram de atendimento médico após o ataque ao ônibus do Fortaleza, dois ainda não retornaram aos gramados. O zagueiro Titi e o lateral Escobar continuam em processo de recuperação. Titi precisou se submeter a uma cirurgia para a retirada de fragmentos de vidro de sua panturrilha, enquanto Escobar ainda lida com sequelas de ferimentos pós-trauma.

Outras punições

Além das punições impostas ao time pernambucano, como jogar oito partidas com portões fechados e a proibição de receber torcida visitante durante o mesmo período, o incidente gerou discussões sobre a responsabilidade dos clubes em garantir a segurança nos arredores dos estádios. A punição por atos de violência cometidos por torcedores é uma medida recorrente adotada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), visando coibir comportamentos agressivos e garantir a integridade dos envolvidos.

O caso do Sport não é único no futebol brasileiro. O Santos, por exemplo, também enfrentou sanções semelhantes após incidentes de violência protagonizados por seus torcedores. Após uma confusão na Vila Belmiro, após o rebaixamento à Série B no final do ano passado, o clube foi punido com a realização de seis jogos sem a presença de público.

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