STJD concede prazo para John Textor apresentar evidências de corrupção

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou a abertura de um inquérito para investigar as declarações feitas por John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, sobre possíveis atos de corrupção na arbitragem do futebol brasileiro. Segundo o comunicado divulgado na sexta-feira à noite, Textor terá três dias para fornecer provas que fundamentem suas afirmações.

Declarações polêmicas

John Textor
Foto: Jorge Rodrigues/AGIF

As declarações polêmicas foram feitas pelo norte-americano após a partida contra o Bragantino, válida pela Conmebol Libertadores, onde ele alegou ter gravações de juízes reclamando por não receberem propinas. Diante disso, o STJD decidiu agir e exigir evidências concretas para respaldar as acusações feitas por Textor.

Caso o prazo estipulado não seja cumprido ou se as provas apresentadas não forem consideradas suficientes, John Textor pode enfrentar uma suspensão de 90 a 360 dias. Enquanto isso, o Botafogo e a SAF aguardam os desdobramentos dessa investigação, que promete mexer com os bastidores do futebol brasileiro.

“Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar. Eu não acusei o Ednaldo (Rodrigues, presidente da CBF). Nunca disse nada sobre ele. Ele não é um corrupto. Ele é um homem que comanda uma organização que provavelmente precisa administrar melhor a corrupção externa. Porque é uma batalha contra fatores externos. É uma batalha que existe e está aqui. Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas” – disse John Textor.

STJD abre investigação sobre declarações de John Textor

O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ronaldo Piacente, concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Fim de Papo, explicando o procedimento em relação às declarações feitas por John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, sobre corrupção na arbitragem brasileira. Segundo Piacente, Textor terá que apresentar provas que fundamentem suas afirmações, caso contrário, poderá ser denunciado no artigo 223 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata do descumprimento de decisões, acarretando em uma possível suspensão de 90 a 360 dias, além de multa de R$ 100 mil.

O procurador esclareceu que o inquérito foi aberto após Textor afirmar em uma entrevista ao jornal “O Globo” que possuía gravações de árbitros brasileiros solicitando propinas para manipular resultados de partidas. Piacente destacou a gravidade das acusações e afirmou que o STJD está agindo para apurar se houve infração disciplinar e identificar os responsáveis. Textor foi intimado a apresentar as supostas provas ao Tribunal e será convocado para prestar esclarecimentos.

Ronaldo Piacente ressaltou que, se as provas apresentadas por Textor forem comprovadas, o Tribunal oferecerá uma denúncia contra os envolvidos. Por outro lado, se não houver evidências ou se as acusações forem falsas, Textor será responsabilizado por suas declarações. O procurador enfatizou que é inadmissível o uso de meios de comunicação para fazer comunicações falsas de crime ou infração disciplinar, e que o STJD está comprometido em investigar o caso de forma imparcial e rigorosa.

Veja a nota oficial do STJD:

“O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, José Perdiz de Jesus, deferiu nesta sexta, 8 de março, o pedido de instauração de inquérito solicitado pela Procuradoria para investigar a denúncia de corrupção na arbitragem brasileira feita por John Textor, dono da Saf Botafogo. O presidente determinou ainda a abertura de vista para que Textor apresente em três dias as provas que alega possuir.”

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