CPI do Futebol: Textor Revela Manipulação e Apresenta Provas aos Senadores; Dono do Botafogo Submete Relatório Secreto

Durante uma intensa reunião da CPI do Senado, John Textor, proprietário do Botafogo, afirmou categoricamente que a “manipulação de resultados no futebol é uma realidade”. Em um discurso incisivo, ele destacou que essa prática não é exclusiva do Brasil, mencionando exemplos na Bélgica, França e em toda a Europa.

Apresentação de relatório secreto

Após seu depoimento, Textor se reuniu com o presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, e outros legisladores para apresentar um relatório que, segundo ele, contém evidências irrefutáveis da manipulação de resultados no futebol brasileiro. Após uma hora de conversa, Kajuru afirmou que os indícios apresentados serão minuciosamente investigados.

Respeitando o sigilo de Justiça, Kajuru mencionou que o relatório de 180 páginas, repleto de imagens elucidativas, será divulgado ao público o mais rápido possível. Ele ressaltou a importância das evidências apresentadas por Textor, destacando que não se restringem apenas ao Botafogo, mas abrangem outros jogos e eventos. Com uma postura cautelosa, o senador enfatizou a necessidade de uma investigação profunda com base nos indícios fornecidos.

Testemunho de Textor

Em um convite ao Senado para prestar depoimento como testemunha, o proprietário do Botafogo, John Textor, lançou denúncias, embora ainda sem provas definitivas, sobre a suposta manipulação no cenário do futebol brasileiro nos anos de 2022 e 2023.

“Como gestor de um clube, meu objetivo é conquistar títulos. Se eu puder apresentar evidências substanciais de manipulação nos anos mencionados, juntamente com outras irregularidades, isso poderá acionar o Tribunal Desportivo, as autoridades policiais e este órgão legislativo para tomar medidas adequadas”, afirmou Textor durante o depoimento.

Segundo Textor, os equívocos na aplicação das regras do jogo não são simples erros de interpretação, mas sim desvios intencionais para influenciar o resultado das partidas. “Não se trata apenas de má aplicação das regras. Ao observar as situações de impedimento, faltas e outros incidentes nos jogos, percebi que não se tratava de meros equívocos, mas sim de uma tentativa deliberada de influenciar os resultados”, acrescentou.

Acusações de Textor Sacodem o Mundo do Futebol

John Textor na CPI do Futebol
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Em um episódio controverso em novembro de 2023, Textor, figura proeminente do Botafogo, alegou que o clube carioca foi prejudicado, exigindo a renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, após uma derrota de virada para o Palmeiras por 4 a 3.

“Isso precisa mudar. Ednaldo, é hora de você sair pelo bem do esporte. Chega de injustiças. Isso é um assalto, me multe. Você não pode me expulsar, este é meu território, e eu vou lutar”, declarou Textor na ocasião.

Como resultado de suas críticas, Textor foi alvo de um processo movido por Ednaldo Rodrigues. Dias depois, ele reiterou suas preocupações sobre a integridade do Campeonato Brasileiro, apontando falhas de arbitragem após apresentar uma análise detalhada dos jogos para rebater acusações do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Em março deste ano, Textor reafirmou suas alegações de corrupção no Campeonato Brasileiro, revelando possuir gravações de árbitros reclamando de subornos não recebidos.

Diante das declarações, o STJD lançou uma investigação e exigiu que Textor fornecesse evidências de corrupção em até três dias. No entanto, a defesa de Textor anunciou que as provas seriam compartilhadas apenas com o Ministério Público Federal.

Em outra ocasião, Textor alegou possuir evidências de favorecimento ao Palmeiras durante dois anos consecutivos, incluindo um suposto jogo manipulado em que o Palmeiras venceu o São Paulo por 5 a 0, um dos principais rivais, na 29ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023.

Concluindo suas declarações

“Há um mistério em torno da seleção dos árbitros… Precisamos de uma liderança mais forte na CBF. Deveriam restringir seu poder. A operação da liga deveria ser privatizada. Há muita influência por trás da organização do campeonato. Tornei-me uma figura polarizadora. Isso se tornou meu fardo. Vocês sabem o que fazer e peço que diminuam o poder da CBF. O Brasil exporta os melhores talentos do mundo. É hora de limpar o jogo aqui”, concluiu.

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