Portuguesa: Da Luta aos 200 Sócios ao Sonho de Ser “Real Portuguesa” no Novo Canindé

Em um cenário de renovação, a Portuguesa está em destaque. Após 13 anos de ausência, o clube chega às quartas de final do Campeonato Paulista e garante vaga na Série D do Brasileirão 2025. Em conversa exclusiva com o ge, o presidente Antonio Carlos Castanheira compartilha os planos para o futuro, apontando desafios financeiros e um olhar otimista para a jornada de resgate.

Paulistão da Lusa

Real Portuguesa
Foto: Reprodução / Twitter Portuguesa

Apesar da eliminação no Paulistão frente ao Santos, a Lusa celebra suas recentes vitórias nos gramados. Fora de campo, a equipe abraça projetos ambiciosos: a concessão do terreno do Canindé para erguer um novo centro social e uma arena moderna, capaz de abrigar 40 mil torcedores.

Transformação em SAF

A Portuguesa está em movimento. Rumores apontam para a transformação em SAF, sob o nome de Real Sociedade Portuguesa de Desportos. A negociação está avançada e há um forte interesse nessa mudança.

Caso Heverton

Entretanto, as finanças da Lusa contam uma história desafiadora. Há 11 anos, o clube estava na elite do futebol brasileiro, mas uma punição em 2013 mudou seu rumo. Desde então, acumulou dívidas que hoje ultrapassam os R$ 500 milhões, principalmente em acordos trabalhistas, fiscais e cíveis, como revela o balanço de 2022.

Canindé

A Portuguesa escapou por pouco de perder o terreno do Canindé em anos anteriores. Em diversas ocasiões, uma parte significativa do local, com mais de 42 mil m² dos 102 mil m² totais, foi a leilão, mas não encontrou compradores. Atualmente, a situação, segundo Castanheira, é um pouco menos alarmante.

De acordo com a LCC Auditores Independentes, responsável pelo balanço de 2022, o futuro do clube é incerto. No relatório, os auditores apontam que os números “sinalizam a presença de incertezas quanto à continuidade das operações da Associação Portuguesa de Desportos”.

Rebaixamentos da Portuguesa

Os sucessivos rebaixamentos, a saída de patrocinadores, a redução do interesse dos atletas e os problemas judiciais agravaram a crise financeira. Sem recursos, as administrações anteriores cortaram gastos e praticamente abandonaram o clube social, levando à fuga dos associados.

Quando assumiu a presidência da Portuguesa em 2019, Castanheira se deparou com uma situação desoladora. Agora, o clube se resume ao estádio do Canindé, ao prédio administrativo e a dois ginásios poliesportivos, sendo um deles cedido para a Igreja Renascer. Outras áreas foram alugadas ou adaptadas para sediar eventos musicais e universitários.

Receita

Apesar da geração de receita com a transformação do clube em local de eventos, isso não é suficiente para resolver os problemas financeiros da Lusa. Embora os salários estejam em dia e as parcelas das dívidas renegociadas também, os juros consomem qualquer margem para investimentos futuros.

Diante desse quadro, a atual gestão da Lusa busca viabilizar o projeto de transformação do Canindé em uma moderna arena multiuso para 40 mil pessoas. A ideia é encontrar uma construtora interessada em demolir o estádio, construir a nova arena e, simultaneamente, reinstalar o clube social com a reconstrução das piscinas. Após o término do contrato, a Lusa retomaria a posse do terreno e seria responsável pela administração da estrutura.

O plano da Real Sociedade Portuguesa de Desportos está ganhando forma. Castanheira planeja concluir o projeto da SAF até o final de sua gestão, em dezembro de 2025, embora os detalhes financeiros permaneçam em segredo. O investidor assumiria o grande débito do clube e injetaria capital para fortalecer o futebol profissional e as categorias de base. Atualmente, a Lusa só mantém a equipe sub-20, deixando de lado o desenvolvimento dos atletas nas categorias mais jovens, como sub-17, sub-15, sub-13, sub-11 e futsal.

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