São Paulo: Presidente presta depoimento em CPI e fala sobre Textor

Mandatário citou a goleada sofrida diante do Palmeiras

Na quarta-feira (23), o presidente do São Paulo, Julio Casares, participou da CPI do Senado, que investiga manipulação no futebol brasileiro.

Ao longo de sua participação, o dirigente avaliou a possibilidade de utilizar inteligência artificial para identificar suspeitas de fraudes no futebol nacional.

“Eu sou sempre a favor da ciência, mas acho que temos que ter preocupação dentro da inteligência artificial, que são dados superficiais, sobre a reputação de um jogador”, disse ele.

“Esse relatório pode ajudar um gestor, pode ser útil, mas tenho a preocupação de subjugar, prejulgar, através de um número subjetivo de avaliação de tantos passes errados, a postura de um atleta. Nós temos que tomar cuidado. Gostaria que esse relatório fosse aprofundado”, completou o presidente do São Paulo.

A inteligência artificial

Julio Casares também indagou se a inteligência artificial foi empregada para investigar uma possível manipulação na partida em que o Botafogo perdeu por 4 a 3 para o Palmeiras, sendo que o clube carioca estava vencendo por 3 a 0 ao final do primeiro tempo.

“Eu não sei se esse mesmo estudo dessa plataforma foi feito quando ele (Botafogo) tomou uma virada histórica do Palmeiras. É muito irresponsável sem ter o prejuízo de apurar, fazer um juízo de valor. Aquele jogador que teve 80% de passes errados, isso não significa que ele está envolvido.”

“Tem que apurar, mas a responsabilidade deve ser medida pelo que ele fala. Eu não faria um juízo de valor colocando um delito grave em cima de um profissional”, rebateu ele.

O depoimento de Casares

Casares foi convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito após John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, ter sido ouvido pelo colegiado e ter apresentado um relatório alegando fraude em lances do jogo entre Palmeiras e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI, indagou Julio Casares sobre as declarações de Textor.

“Nós vínhamos de uma conquista histórica, o São Paulo nunca tinha ganhado uma Copa do Brasil. No futebol, depois de uma grande conquista, há um relaxamento, com 15 minutos tomamos um gol, jogador expulso. Vi depois um brigando com o outro no vestiário.”

“Quando veio a declaração do Textor, nós pedimos apenas que ele provasse. Se tiver prova e (existe) algum culpado, vamos punir, mas presumindo a inocência dos atletas, eu acredito neles. Ninguém pode acusar alguém de um problema que não pode ser provado”, completou.

Os gols do Palmeiras

Durante a sessão, Jorge Kajuru exibiu os cinco gols marcados pelo Palmeiras contra o São Paulo e solicitou a opinião de Romário (PL-RJ), ex-jogador de futebol e relator da CPI.

“Com muita experiência dentro de campo, posso afirmar que não identifiquei nada de diferente nesses lances. Erros normais”, disse Romário.

Questionado sobre os lances, Casares afirmou que o estado do gramado prejudicou os jogadores do São Paulo:

“Primeiro, algumas colocações. A grama é sintética, a bola corre mais. Vejo (os lances) com total normalidade. O que não é normal é tomar de cinco, ficamos com raiva. Foi um dia feliz para o Palmeiras, e São Paulo vinha de um título. Isso foi uma infelicidade do nosso time.”

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