No mundo do futebol, os acordos de bastidores podem muitas vezes ter um impacto tão significativo quanto o jogo em si. No caso recente envolvendo a Conmebol, Flamengo e a final da Libertadores, isso parece ser especialmente uma verdade.
Conflito de Interesses: O Flamengo e a Conmebol
Uma reunião que inicialmente deveria ser apenas uma mera formalidade entre os finalistas da Libertadores, Fluminense e Boca Juniors, e suas respectivas associações de futebol, tomou um rumo inesperado devido à intervenção de um terceiro elemento: o Flamengo.
Flamengo e a final da Libertadores no Maracanã se tornaram os principais pontos de discórdia na reunião. O Flamengo, um dos maiores clubes de futebol do Brasil, queria manter o seu jogo no estádio seis dias antes da final da Libertadores, uma decisão que a Conmebol considera prejudicial tanto técnica quanto imagem.
A Conmebol e o Maracanã
A Conmebol, organizadora da Copa Libertadores, gostaria de ter o Maracanã à sua disposição com 14 dias de antecedência da final. No entanto, com a insistência do Flamengo em manter o seu jogo no estádio, a entidade se viu obrigada a ceder por um dia.
A situação esquentou ainda mais com a chegada de uma comitiva do Governo do Estado do Rio de Janeiro, incluindo os secretários da Casa Civil, Nicola Miccione, e de Esportes e Lazer, Rafael Picciani.
A Posição da CBF
A CBF, apesar de ser uma das partes do conflito, tem mostrado uma posição de neutralidade, o que tem irritado a Conmebol. No entanto, a CBF tem demonstrado uma boa relação com o Fluminense, um dos finalistas da Libertadores, compartilhando até o mesmo técnico, Fernando Diniz.
A postura da CBF e a exigência do Flamengo em manter o jogo no estádio irritaram a Conmebol, que considera que o jogo do Flamengo seis dias antes da final da Libertadores será extremamente prejudicial para o gramado e a imagem do torneio.
A Reação da Conmebol
A Conmebol, embora esteja contrariada com a situação, não considera mudar o estádio da final. No entanto, a entidade deixou claro que não hesitará em tomar “decisões duras” caso não haja acordo. A entidade argumenta que o jogo do Flamengo poderia deixar uma má imagem do futebol brasileiro caso o gramado esteja em más condições.
A Posição do Fluminense
O Fluminense, finalista da Libertadores, não quer entrar em conflito com o Flamengo, seu parceiro na administração do Maracanã. O clube também não quer se indispor com a CBF, com quem tem uma ótima relação. O Fluminense tem buscado uma solução que não desagrade à Conmebol.
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A Reunião Decisiva
A situação deve ser resolvida em uma reunião com representantes de clubes, federações e do governador Cláudio Castro. O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, e o vice-presidente, Mattheus Montenegro, chegaram ao Paraguai para tentar resolver a situação antes da reunião.
Os Camarotes do Maracanã
Outro ponto de conflito é a gestão dos camarotes do Maracanã. A Conmebol tem direito a todos os camarotes do 3º andar no lado Oeste, mas o consórcio Maracanã, que tem por contrato o Flamengo como beneficiário principal, negocia os do lado da Leste e os do 2º andar.
O Futebol e a Imagem do Brasil
Um dos argumentos mais utilizados pela Conmebol é sobre a imagem que o futebol brasileiro deixará caso o gramado esteja em más condições. O jogo será transmitido para o mundo inteiro e provavelmente terá a presença dos presidentes da Fifa, Gianni Infantino, e da Uefa, Aleksander Ceferin.
A resolução deste impasse vai além do simples futebol. Trata-se da imagem do Brasil no cenário mundial, da gestão de um dos estádios mais icônicos do mundo e, claro, da paixão dos torcedores que aguardam ansiosamente a final da Libertadores.