Torcedores relatam tumulto e denunciam a PM em Fortaleza x CRB
Equipes se enfrentaram pela final da Copa do Nordeste
A ida à Arena Castelão para assistir à final da Copa do Nordeste entre Fortaleza e CRB foi marcada por uma série de problemas logísticos. As informações foram relatadas durante o programa Esportes do POVO, da Rádio O POVO CBN.
Mesmo com as experiências adversas enfrentadas por muitos torcedores, como congestionamento no trânsito, longas filas e relatos de truculência policial, nas arquibancadas, a torcida leonina se destacou realizando mosaicos.
Também apreciou o show pirotécnico e testemunhou a equipe de Juan Pablo Vojvoda encaminhar o tricampeonato do Nordestão com uma vitória por 2 a 0. Moisés e Lucero marcaram os gols do Fortaleza.
Os relatos da torcida
O torcedor Alexandre Nogueira, de 54 anos, falou sobre a situação para a Rádio:
“Trânsito caótico, sob todos os aspectos. Conturbado, sem fluidez. Na entrada do estádio, filas enormes. Iam entrando por blocos, muitos empurrões. Depois que entra, outra fila grande. Na saída, de três grandes portões, apenas um deles aberto, fazendo um funil. O mais grave, no local de dois dos portões, só o do meio estava aberto, aqueles gradis disciplinadores na parte interna, as pessoas tinham que passar pelo meio dos gradis, podendo ser esmagado. Minha filha chorando, chateada, triste, com medo… vendo o drama de idosos, os pais colocando os filhos na cacunda e, como estava chovendo, o risco de escorregar.”
Durante a partida, ele também destacou a falta de conectividade à internet no estádio, o que dificultou, por exemplo, o pagamento via PIX de alimentos e bebidas nos bares do Castelão, contribuindo para o aumento das filas.
O cirurgião-dentista estava acompanhado de familiares, incluindo sua filha de 13 anos, que, em meio à apreensão, pediu ao pai para não levá-la mais ao estádio, argumentando que “não era bom passar por aquilo tudo”.
Denúncias contra a torcida
Relatos de truculência por parte da Polícia Militar do Estado do Ceará (PM-CE) também foram compartilhados por torcedores.
Durante o programa Esportes do POVO, a equipe recebeu depoimentos de que policiais ameaçavam os presentes com cassetetes e spray de pimenta durante a subida para acessar os setores do estádio, numa tentativa de organizar o fluxo.
Kleter Menezes, de 35 anos, descreveu sua experiência:
“Cheguei cedo no estádio, por volta de 19h45. Estava muito lotado para entrar. Eles colocaram umas grades que as pessoas entram em zigue-zague, mas elas estavam derrubadas. Formaram várias filas grandes, mas estávamos entrando. Foi quando a polícia interveio. Não vieram organizar, vieram confrontar. Veio a cavalaria e começaram a nos empurrar para os cantos e para trás. Fui um dos espremidos nas grades, eu e minha esposa. Tinham crianças, pessoas mais idosas. Reclamávamos e eles ameaçavam bater, jogar spray de pimenta. A experiência com a polícia foi bem ruim”.
As sujeiras
Além dos problemas já mencionados, como filas extensas, truculência policial e trânsito congestionado, os torcedores também se queixaram da sujeira nos banheiros, alguns dos quais apresentavam sangue no chão, falta de papel higiênico e problemas estruturais, como canos estourados.
Houve também reclamações sobre a proibição da entrada dos presentes a pé através do estacionamento, entre outros problemas. Até a publicação desta matéria, o Fortaleza não havia se pronunciado sobre o assunto, mas esta matéria será atualizada assim que o clube emitir qualquer posicionamento ou esclarecimento.