SAF pede mas tempo a Justiça, clube precisa definir modalidade de venda

Recentemente o Paraná Clube entrou com um processo de transformação em SAF. Porém, nos últimos dias o Tricolor pediu na justiça prorrogação do prazo, isso porque o clube ainda não decidiu qual será a modalidade da Sociedade Anônima.

Paraná paralisa processo de SAF

Na última sexta-feira (26), o Paraná Clube protocolou na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba um pedido de adiamento da entrega dos documentos que vão apresentar a modalidade de venda da SAF.

No documento original assinado por Sérgio Tedeschi, administrador judicial da dívida do Paraná, o clube tinha 10 dias para apresentar qual seria a modalidade da sua SAF. O documento foi divulgado pelo jornalista Guilherme Moreira.

“A Recuperanda recebeu intimação para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar a modalidade pela qual pretende efetuar a SAF Paraná Clube como Unidade Produtiva Isolada (UPI)”, texto enviado para Vara de Falências e Recuperação Judicial.

No entanto, o clube solicitou para a juíza Mariana Fowler Gusso a extensão deste prazo para 30 dias. A razão é explicada na petição.

“Contudo, a modalidade de venda da SAF Paraná Clube ainda não foi definida, razão pela qual requer-se a dilação do prazo de 30 (trinta) dias, para o cumprimento do item 9 do mencionado despacho“. Há duas possíveis razões para o pedido do Tricolor.

Existem duas explicações para o pedido de extensão deste prazo, e uma destas razões pode ser crucial para criação da SAF ou não.

Mais de uma proposta na mesa

Inicialmente, o Paraná Clube encaminhou a venda da SAF para a Carpa Gestora de Recursos, que assegurou o pagamento de R$ 430 milhões no futebol em dez anos.

Com paranistas conhecidos entre os investidores, a proposta foi aprovada em três conselhos e foi enviada à Justiça, que autorizou a negociação, mas exigiu o esclarecimento de como seria a venda. Isso porque a Carpa quer a Sociedade Anônima, mas não quer arcar com as dívidas do Tricolor.

Porém, tempos depois surgiu uma nova proposta, da FG 10 Sports Academy, que teria oferecido R$ 600 milhões em 10 anos. Esse valor somaria o oferecido pelo primeiro interessado à verba quitaria todas as dívidas do Paraná Clube, que é de pouco mais de R$ 170 milhões.

Como no primeiro momento, a diretoria e os conselhos paranistas não conheciam a empresa, pediram tempo para avaliar a sondagem e receber a proposta oficialmente. E mais um grupo manifestou interesse pela SAF do Tricolor, ainda desconhecido.

Sociedade Anônima em risco?

O documento entregue pela União ao Judiciário paranaense, contrário à venda da SAF do Paraná Clube separada das dívidas, criou um empecilho para o clube que pode travar as tratativas.

Mesmo que a 1ª Vara de Falências de Curitiba aprove o negócio, o governo federal provavelmente iria tentar impedir que o Tricolor fosse vendido neste modelo. E a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional também pode pedir o cancelamento da recuperação judicial do clube.

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