Após sua integração à área comum da Penitenciária de Tremembé II, Robinho pode agora participar de atividades de lazer com outros detentos, incluindo partidas de futebol, esporte em que se destacou por 18 anos e ganhou fama mundialmente. O ex-jogador da seleção brasileira reitera sua inocência no caso em que foi condenado por estupro de uma mulher em uma boate na cidade de Milão, na Itália.
Robinho e o time na prisão
Além do futebol, os detentos de Tremembé II têm acesso a diversas outras atividades de lazer, como oficinas de teatro e inglês, sessões de filmes com debates, cerimônias religiosas e ensaios musicais. Robinho, conhecido por sua paixão pelo pagode, frequentemente aparece em vídeos cantando e tocando instrumentos de percussão nos bastidores de equipes pelas quais passou.
Atividades laborais e educacionais também estão disponíveis para os detentos, tendo um impacto direto na duração de suas penas. O trabalho é organizado em turnos de seis a oito horas, com base em uma escala pré-definida. Conforme estipulado pela Lei de Execuções Penais, a cada três dias de trabalho, um dia de pena é reduzido. Ademais, os detentos podem se dedicar aos estudos para obter remissão de pena. A cada 12 horas de aulas concluídas, um dia de pena é abatido, abrangendo desde o ensino fundamental até o superior, bem como programas de requalificação profissional.
Julgamento e pedido de liberdade
De acordo com o artigo 112 da legislação penal brasileira, o tempo de cumprimento da pena de Robinho, condenado na Itália a nove anos de reclusão, deve ser de no mínimo 40% em regime fechado, conforme determinado pelo Superior Tribunal Judicial (STJ) após a homologação da sentença. Isso significa que o ex-jogador precisa passar pelo menos três anos e um mês atrás das grades antes de poder solicitar progressão de regime.
Enquanto isso, os representantes de Robinho estão buscando novamente sua liberdade provisória no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo já apresentado dois pedidos de habeas corpus que foram negados. A expectativa é de que o STF analise a decisão do STJ de aplicar a pena da Justiça italiana no Brasil, o que poderá influenciar o futuro do ex-jogador.
Casos de Ronaldinho Gaúcho e Daniel Alves
Em 2023, Daniel Alves, lateral famoso por sua carreira no futebol, participou de um jogo dentro do Centro Penitenciário de Brians 2, em Barcelona, onde estava detido até recentemente. Após conseguir liberdade provisória mediante medidas restritivas e pagamento de fiança, ele continua a defender sua inocência e busca reverter sua condenação por estupro no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
Já em 2020, Ronaldinho Gaúcho foi visto jogando em partidas realizadas na Agrupación Especializada, uma prisão em Assunção, Paraguai, onde ele e seu irmão, Assis, passaram seis meses detidos. Ambos foram presos por terem usado documentos falsos para entrar no país e conseguiram a prisão domiciliar após pagamento de fiança no valor de US$ 1,6 milhão.
Entenda o caso
Robinho enfrentou acusações de participação em um estupro coletivo ocorrido em 2013, na boate Sio Café, em Milão, envolvendo uma jovem albanesa. As investigações incluíram escutas telefônicas autorizadas pela justiça, revelando diálogos nos quais o ex-jogador admitiu sua participação no crime. Apesar da condenação em primeira instância em 2017, enquanto estava no Atlético-MG, Robinho seguiu atuando profissionalmente. No entanto, sua breve passagem pelo Santos em 2020 durou apenas seis dias devido a protestos da torcida e ameaças de perda de contratos de patrocínio. O contrato foi suspenso após a Corte de Apelação de Milão negar os recursos da defesa.
Em 2022, o caso foi definitivamente encerrado com a confirmação da condenação pela Corte de Cassação de Roma, a mais alta instância da Justiça italiana. Após a homologação da pena pela Justiça brasileira, Robinho foi finalmente preso.
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