A lendária Marta, consagrada seis vezes como a melhor jogadora do mundo, revelou que este será seu derradeiro ano representando a Seleção Brasileira. Em uma entrevista ao CNN Esportes, a atleta de 38 anos, que veste as cores do Orlando Pride, expressou seu desejo de encerrar sua trajetória olímpica nos próximos Jogos Olímpicos.
Artilheira da Seleção e Aposentadoria
Marta, uma verdadeira artilheira, detém o recorde de mais gols marcados com a camisa do Brasil, tanto no futebol masculino quanto feminino, acumulando impressionantes 114 gols. Além disso, ela é a segunda jogadora com mais partidas disputadas pela seleção feminina, totalizando 181 jogos, ficando apenas 53 jogos atrás de Formiga.
Jogos Olímpicos de Paris
Marta, ícone do futebol feminino, almeja participar dos Jogos Olímpicos de Paris como sua última grande competição pela Seleção Brasileira. Esta será sua derradeira oportunidade de conquistar o ouro olímpico, após ter garantido duas medalhas de prata em Atenas-2004 e Pequim-2008. Em Paris-2024, apenas as mulheres representarão o futebol brasileiro, já que a equipe masculina não se classificou.
“Se eu estiver nos Jogos Olímpicos, pretendo saborear cada instante, pois, independentemente de minha participação, este será meu último ano na Seleção. A partir de 2025, não haverá mais Marta como atleta na equipe nacional” – disse Marta, em entrevista ao CNN Esportes.
Apesar da decisão, a jogadora demonstra tranquilidade e otimismo quanto ao futuro da seleção e das jovens talentosas do futebol feminino brasileiro. “Este é meu último ano, e posso confirmar isso agora. Chega um momento em que precisamos reconhecer que é hora de encerrar. Estou muito serena em relação a isso, pois vejo com esperança o desenvolvimento das atletas jovens”, concluiu.
Ciclo encerrado na Copa do Mundo
Marta encerrou sua participação em Copas do Mundo após o torneio de 2023, onde o Brasil foi eliminado na fase de grupos. No entanto, a jogadora deixou sua marca como a maior goleadora da competição, com 17 gols em 20 jogos em Mundiais.
Já era previsto que 2023 seria o último capítulo de Marta nesse cenário. Pela primeira vez desde que integrou a equipe nacional, ela não iniciou como titular devido a problemas físicos. Durante o torneio, Marta confirmou que não buscaria uma sétima participação, um feito alcançado apenas por sua antiga colega de equipe, Formiga. “Só ela conseguiu, e até hoje nunca me revelou o segredo”, brincou Marta. “Temos que considerar outras áreas da vida”. A jogadora também expressou o desejo de se tornar mãe.
Marta desabafou sobre Pia Sundhage
Após a saída da técnica Pia Sundhage, Marta lamentou seu tempo limitado em campo durante a Copa e destacou que não foi escalada na posição que a treinadora havia prometido. Sundhage deixou Cristiane de fora da lista para o torneio na Austrália e Nova Zelândia. Sob o comando de Arthur Elias, tanto Marta quanto Cristiane foram mantidas na equipe. O treinador afirmou que ambas mereciam a convocação, e as duas estiveram presentes no terceiro lugar conquistado pelo Brasil na SheBelieves Cup em abril.
Futuro da Seleção Feminina
Em uma etapa avançada de sua carreira, Marta assumiu o compromisso de deixar um legado para as novas gerações de atletas. Para ela, sua saída da seleção não implicará em uma queda de qualidade, pois confia plenamente nas jogadoras que seguirão em frente.
Segundo Marta, a equipe nacional já conta com jovens talentosas despontando, e ela vê a transição como a passagem simbólica do bastão para o protagonismo do futebol brasileiro.
“A nossa equipe é muito qualificada, com meninas extremamente talentosas, e ao longo dos anos vocês verão que realmente o que estou dizendo é verdade, é um terreno fértil. Por isso, sinto-me à vontade para dizer: ‘Estou passando o bastão para vocês, continuem a carregar este legado'”, acrescentou a jogadora.
Embaixadora da ONU
Marta também atua como embaixadora da ONU Mulheres, trabalhando pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres em todo o mundo. Ao longo de sua carreira, ela participou de cinco Olimpíadas e conquistou duas medalhas de prata (2004 e 2008). Além disso, é bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007) e tricampeã da Copa América (2003, 2010 e 2018).
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