Lúcio Flávio diz que foi INJUSTIÇADO no Botafogo e solta o verbo sobre o clube
Treinador lembra situação tensa no time carioca
O ex-técnico do Botafogo, Lúcio Flávio, falou pela primeira vez desde sua saída do clube. Ele comandou a equipe em oito jogos no segundo turno do Brasileirão e foi demitido devido aos resultados negativos.
Durante a sua participação no Charla Podcast, Lúcio Flávio expressou sentir-se injustiçado com a decisão de demissão. O treinador ainda soltou o verbo sobre a sua demissão.
O que disse Lúcio Flávio?
O treinador relembrou a época em que viveu no Botafogo. Na época, o time carioca estava sem uma sequência negativa de resultados e, inclusive, perdeu pontos da “gordura” que havia criado de distância em relação aos seus adversários do Campeonato Brasileiro.
“A questão é que eu era auxiliar do clube e fui colocado para ser treinador naquele momento. O único que foi demitido fui eu, no processo todo do clube. Me senti injustiçado. De tudo que aconteceu, em nenhum momento disseram que eu era o técnico e poderia trazer minha comissão. Como comecei com vitórias, foi seguindo”, disse Lúcio Flávio.
Demissão e injustiça
Lúcio reiterou que foi informado, após o empate por 2 a 2 com o Bragantino, que continuaria no clube. No entanto, foi dito para ele que assumiria novamente suas funções como auxiliar permanente. Entretanto, essa decisão não foi confirmada no dia seguinte.
“Fui comunicado em Bragança que teríamos um novo treinador, mas que continuaria no clube como auxiliar. Por isso que digo que me senti injustiçado. Mas o clube tem todo direito de mandar embora”, comentou o ex-treinador do time carioca.
“O tempo mostrou que não era eu o culpado. O time não ganhou nenhum jogo. O processo do futebol está ligado à pressão, e quando você não quer ela do seu lado, você joga para outro lado”, disse Lúcio Flávio.
Saída de Luís Castro e Bruno Lage
Lúcio era treinador do sub-23 do time no início do ano, quando o elenco profissional era comandado por Luís Castro. Ele afirma ter assistido a seis treinos do treinador português durante esse período, o que contribuiu para a continuidade da ideia mantida na “passagem de bastão” para Cláudio Caçapa, que assumiu interinamente.
Logo depois, o ex-meia participou da comissão de Bruno Lage, a pedido do treinador, e teve abertura para opinar sobre as mudanças que o novo técnico estava prestes a fazer.
Além disso, esteve envolvido em dois momentos polêmicos que marcaram a passagem de Lage pelo Botafogo: quando colocou o cargo à disposição após a derrota para o Flamengo e quando Tiquinho Soares foi colocado no banco de reservas para dar lugar a Diego Costa.
“Ninguém sabia nada daquilo. Chamou atenção até para nós. Disse que queria chamar a responsabilidade para ele porque ele vinha sentindo essa pressão e obrigação de ganhar o campeonato. Isso repercutiu no grupo. Alguns jogadores não gostaram da forma como ele se pronunciou”, disse Lúcio Flávio.
“Aos poucos tentamos ajustar. Para um grupo, isso não soa bem. Os jogadores se falam, grupo de WhatsApp. As primeiras falas minhas foram no sentido de tentar refazer o clima e foi acontecendo aos poucos”, revelou.
No último jogo de Lage, que resultou em sua demissão, Lúcio tentou convencer o treinador a mudar de ideia em relação à decisão de não colocar Tiquinho no banco, mas afirmou ter sido voto vencido na comissão técnica.
“‘Bruno, esse é um jogo que a gente pode jogar com os dois, recuamos um pouco o Eduardo”. Mas ele disse na véspera que estava mais propenso a jogar com Diego. Eu disse que Tiquinho poderia ter ido para a Seleção, e que machucou, mas estava aos poucos se recuperando”, contou Lúcio Flávio.
“Disse que ainda existia a expectativa e que era o artilheiro do time, ídolo da torcida, e de grande parte dos jogadores do elenco, e que isso poderia mexer no vestiário. Silêncio no almoço, vestiário diferente. Vai para o jogo, aquecimento com um clima mais pesado. Depois de tudo, ele teve que entrar e fez o gol”, completou.