John Textor na Corda Bamba do STJD por Falta de Provas de Manipulação
O dono da SAF do Botafogo será julgado na segunda-feira 15 e terá que apresentar provas das acusações em até três dias
John Textor, o proprietário do Botafogo, está no olho do furacão após ser denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por não apresentar as supostas evidências que afirma ter sobre a manipulação de resultados no futebol brasileiro. O julgamento está marcado para a próxima segunda-feira, dia 15, e Textor enfrentará a primeira comissão disciplinar do tribunal. Se considerado culpado, ele poderá ser suspenso e terá que pagar uma multa.
Denúncia apresentada
A Procuradoria do STJD baseou sua denúncia em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O primeiro é o Artigo 220-A, inciso I, que trata da omissão em colaborar com os órgãos e autoridades desportivas na investigação de irregularidades, com penalidade de multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil.
O segundo é o Artigo 223, que aborda o descumprimento ou atraso no cumprimento de decisões da Justiça Desportiva, também sujeito a multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Para pessoas físicas, como é o caso de Textor, a pena inclui suspensão automática até a execução da decisão, além de suspensão de 90 a 360 dias e, em caso de reincidência, até a eliminação.
Três dias para Textor apresentar provas
O STJD está de olho nas declarações explosivas de John Textor, sobre supostas manipulações de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023 e 2022. O procurador-geral do tribunal deu a Textor um prazo de três dias para ele entregar as provas que sustentam suas alegações, especialmente nos jogos Palmeiras x São Paulo de 2023 e Palmeiras x Fortaleza de 2022. Se ele não cumprir o prazo, corre o risco de ser suspenso automaticamente até apresentar as evidências ao STJD.
Textor está enfrentando mais uma denúncia no STJD, somando-se à anterior que já estava marcada para o dia 15 de abril. Desta vez, o foco são suas declarações sobre jogos envolvendo Fortaleza, São Paulo e Palmeiras. Sem apresentar provas, ele alegou que o jogo Palmeiras 4 x 0 Fortaleza em novembro de 2022 foi manipulado por quatro jogadores do time cearense, além de afirmar que a partida Palmeiras 5 x 0 São Paulo foi manipulada por cinco atletas tricolores.
As acusações levaram Palmeiras, São Paulo e Fortaleza a emitirem notas de repúdio e anunciarem processos criminais contra o dono da SAF do Botafogo, com o Palmeiras entrando com uma ação no STJD. O presidente do São Paulo, Júlio Casares, e o Fortaleza também condenaram as declarações de Textor, classificando-as como irresponsáveis.
Entenda o caso
No começo de março, Textor afirmou em uma entrevista ter gravações de árbitros reclamando de não terem recebido propinas prometidas, além de alegar manipulação de resultados nos últimos três anos do Campeonato Brasileiro (2021, 2022 e 2023). Diante disso, a Procuradoria solicitou a abertura de um inquérito para investigar as declarações.
O presidente do STJD, José Perdiz de Jesus, acatou o pedido e deu a Textor três dias para apresentar as provas, mas o dono da SAF Botafogo não as entregou. O auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, sorteado como relator do inquérito, reiterou a exigência e estabeleceu um novo prazo para a entrega, que também não foi cumprido.
O caso foi levado ao Pleno em uma sessão realizada em 14 de março, onde por unanimidade foi decidido que a Justiça Desportiva seria responsável pela investigação dos fatos. Contudo, por maioria de votos, o Pleno optou por não referendar a suspensão automática de Textor, que agora será julgado.
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