Filipe Luís fala sobre trabalho no Flamengo Sub-17 e destaca restrições

Ex--jogador destacou o que vem sendo bastante elogiado

Em entrevista ao Abre Aspas, do ‘ge’, Filipe Luís comentou sobre a influência das redes sociais e tecnologia em seus jogadores. Hoje em dia, ele comanda o sub-17 do Flamengo.

O treinador revelou que respeita as regras impostas pelo clube rubro-negro em relação ao uso de celular e fez uma análise da situação no futebol.

Restrições

O treinador do Flamengo relembrou a época em que estava começando no futebol:

“Quando eu estava no Figueirense em 2003, 2004, estavam chegando aqueles telefones com jogo da cobrinha, mensagens de texto, com redes sociais… Estava começando, mas não como agora que é exagerado. Se você não souber usar, é uma ferramenta poderosa e perigosa.”

“Sou a favor do que o clube faz aqui, que é proibir celulares no refeitório, na fisioterapia, para eles conversarem e terem o ambiente de conexão. São poucas horas que eles têm aqui. Fora a gente não controla”, disse ele.

O comandante do Flamengo revelou a dia que dá aos seus jogadores:

“O que tento fazer para eles é o que acontece muitas vezes no profissional quando você entra no Instagram depois de um jogo bom, mas também depois de um jogo ruim. E eles comentam: “Poxa, lá onde eu moro quando o Gabi joga mal querem matar, depois faz um gol e é o melhor”. As redes sociais são muito mais intensas e eles têm que ter cuidados. Falo bastante, mas não tenho poder de limitar o uso.”

As exigências

Questionado sobre as exigências, o treinador destacou que é algo que vem melhorando no futebol.

“Eu acredito que é algo que tem melhorado. Eu sou de 1985, cheguei ao Figueirense em 2000 e logo depois já estava no profissional. E a gente vem de uma geração onde nossos ídolos eram reis na noite. Festas, bebidas e para jogar bem tinha que sair. Antigamente, se fazia muito isso e eu era criado nesta geração. Eu também pensava que para jogar bem tinha que sair. Então, não era treinar, ir para casa e pensar no treino. Era treinar, fazer um churrasco, festa e tudo mais com os companheiros.”

De acordo com Filipe Luís é algo que vem evoluindo. “Acredito que durante os últimos anos o que estamos perdendo é o futebol de rua, o futebol do drible. Em uma categoria sub-7, 8, 9 já queremos ser campeões em vez de formar, de ensinar e colher os frutos mais para frente”, disse.

“Estamos perdendo um pouco essa essência, tanto que na base a maior carência são os dribladores. Que são os que fazem a diferença, os goleadores e dribladores. Neste ponto, acho que há muita diferença. Mas o eletrônico vem para piorar? Acho que precisa saber ser utilizado”, completou o comandante do Flamengo.

“Lembro que eu também ia para casa jogar videogame também, agora são outras ferramentas. Se você sabe utilizar bem, é algo que vai ajudar. O problema está nos excessos”, explicou.

Moldar personalidades

O treinador foi questionado sobre moldar personalidades, assim como a técnica que implementa aos atletas:

“Tecnicamente eu acredito. Cuido muito da parte tática, me dedico muito a isso, e a parte técnica não temos tanto tempo para treinar, mas tento sempre implementar. É uma idade mais difícil, mas sempre se aprende e dá para melhorar. Sobre a parte comportamental, acredito sim que podemos ter uma influência muito grande. Eu vivi isso na prática quando um treinador mudou minha mentalidade com 25 anos.”

“Se ele conseguiu isso com 25, com certeza eu tenho influência grande na educação desses meninos. Por isso, sempre coloco os valores da equipe em primeiro lugar. Nunca negocio que o escudo do Flamengo está por cima de todo mundo. Todas as minhas decisões e valores são em cima disso”, disse.

“Eles representam um clube, a maioria deles vive disso, e tendo isso claro tudo fica mais fácil. Já vejo uma mudança grande dentro dos jogos. E isso talvez seja o que mais agrade na função de treinador: ver a evolução deles para o que você quer.”

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