Filipe Luís fala sobre saúde mental como treinador no Flamengo

O ex-jogador está comandando o Flamengo Sub-17

Filipe Luís está apaixonado. Em poucos meses e poucos jogos, o ex-jogador hoje aprecia mais as vitórias. Ele aprendeu rapidamente que o técnico sofre muito mais – e sozinho – com as derrotas.

Em entrevista ao Abre Aspas, do ge, o treinador falou sobre o trabalho feito em sua passagem pelo Flamengo Sub-17.

Um catarinense de 38 anos, que entrou para a história do clube pelo qual torcia desde a infância em Jaraguá do Sul, compartilhou o motivo por trás de sua decisão de não trabalhar com Dorival na Seleção.

Chuva de emoções

Ele também relatou pela primeira vez o caso de racismo contra seus jogadores nos Estados Unidos e afirmou que se entrega de corpo e alma à instável profissão que hoje desperta tantas emoções.

“Posso dizer que é uma chuva de emoções tudo o que eu vivi desde o ano passado até agora. A profissão de treinador é mais divertida, digamos assim. Você se diverte mais quando vê as coisas que faz com o resultado acontecendo, mas também a derrota é muito mais dolorosa, mais solitária.”

“O desafio é muito grande, a responsabilidade é muito grande. Estou completamente apaixonado por essa profissão. E cada dia estou mais viciado em trabalhar, em melhorar e continuar evoluindo”, completou o destaque do Flamengo.

A nova rotina nos bastidores

O jogador destacou como tem sido o trabalho nos bastidores do Flamengo:

“O trabalho do treinador, e eu já falei com vários desde que comecei a carreira, é infinito. Não acaba nunca. Se você quiser, pode continuar e cada vez vai assistir mais jogos, mais coisas novas… Muitas vezes me pego com o laptop na cama 22h, 23h30 para ver só mais uma jogada. Ou acordo 4h da manhã porque lembrei de alguma coisa com uma ideia nova e anotei no celular.”

“Ou para mandar mensagem para algum companheiro para lembrar de um sistema que jogava contra… Isso é principalmente ainda por falta de organização do tempo. Sou novo nisso, estou me adaptando, me organizando e tende a melhorar”, disse ele.

“Conforme a comissão passar a ter mais clara a ideia para se organizar, em um clube profissional com seis analistas trabalhando, tudo fica mais fácil”, completou.

Pensamento de treinador

O ex-jogador citou que sempre teve um pensamento de treinador e trabalhou diante disso:

“Por sorte, eu já pensava como treinador muitos e muitos anos atrás. Enquanto ainda jogava. Já pensava em coisas que eu queria, ideias que eu gostava, coisas que queria passar para os meus jogadores e anotava tudo. Quando fui chegando na reta final da minha carreira, tinha essa dúvida sobre começar como auxiliar, começar como treinador da base, começar como treinador no profissional…”

“E eu fui vendo cada vez mais, falando com mais gente, e pensei que se eu começasse como auxiliar ia ser muito difícil. Eu tenho uma ideia tão forte do meu modelo de jogo, que seria difícil me adaptar para outra ideia de outro treinador. O auxiliar tem que se adaptar ao modelo do treinador”, disse.

Carreira solo

Filipe Luís também citou a possibilidade de seguir em carreira solo:

“Eu pensei em começar a carreira solo e não estava preparado para começar no profissional. Ninguém está. Nunca fui treinador na minha vida. Por mais que a gente ache que sabe, são muitas responsabilidades e decisões que temos que tomar que não estão no nosso controle. Eu pensava em começar em uma categoria mais perto do profissional, mas o Flamengo me deu a oportunidade de começar no sub-17 e não pensei duas vezes.”

“Eles me dão toda estrutura para trabalhar, toda tranquilidade e sigo modelo de jogo de um clube que quer ser protagonista a todo momento. Casou com o que eu pensava de me preparar para montar toda metodologia e botar esse modelo de jogo em prática para ver em campo se flui do jeito que eu quero”, completou.

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