Filipe Luís cita transformação na carreira e revela metodologia

Jogador se aposentou e começou a sua carreira como treinador

No início, a transição de jogador para técnico foi desafiadora. Acostumado a ver o jogo de dentro do campo, Filipe Luís se viu desorientado à beira do gramado.

O treinador assumiu a equipe sub-17 do Flamengo e revelou as dificuldades que enfrentou no clube desde que aceitou o convite para comandar o time.

As dificuldades do início

O ex-jogador destacou que teve dificuldades com a forma de ver o seu modelo de jogo. “Como jogador, eu me posicionava na lateral esquerda e ali, jogando, eu via tudo. Via se o zagueiro fechava, se o cara estava se posicionando certo, o ponta direita…”, disse ele.

“E me peguei na primeira semana ao lado do campo e não estava vendo nada. Tive a ajuda da comissão, que foi me guiando, guiando a equipe e fui aprendendo onde me posicionar nos treinos para dar os feedbacks necessários”, completou.

“No meu modo de ver, todo o modelo do futebol se define durante o treino. Depois, pouco pode se fazer. Tem o vídeo e tudo mais, mas é no campo onde realmente trabalhamos. Até eu me adaptar a esse contato de posicionamento em campo para enxergar o modelo foi o que mais me causou dificuldade. O resto foi questão de adaptação, palestras e outras coisas. Claro que há o que melhorar, mas foi mais simples. Eu já era um cara que falava bastante durante os treinos, até nos vídeos eu fazia muitas perguntas e questionamentos. O resto foi mais simples.”

Modelo de jogo

O ex-jogador do Flamengo citou as dificuldades em relação ao modelo de jogo, que, segundo ele, foi onde mais precisou de ajuda por conta dos processos pedagógicos.

“Eu sei como eu quero que meu time jogue, como eu quero vê-lo no campo posicionado, eu sei como eu quero que ele ataque, mas eu não sabia como fazer ele chegar até lá. Foi onde pedi a ajuda do Ivan, que é meu auxiliar, é treinador e trabalhou no Barcelona por muitos e muitos anos. Ele tem um modelo de jogo parecido com o meu e fomos adaptando algumas discrepâncias para chegar a um acordo que torna o processo metodológico muito fácil.”

“Tudo o que é treinado é em cima deste modelo de jogo e eu vi o time treinando uma semana e na outra já jogando da forma que eu queria. Os moleques assimilaram muito rápido, o vídeo tem um poder muito grande nisso. Claro que eu dependo muito da qualidade individual e do talento deles”, disse ele.

“Eu preciso adaptar o modelo aos valores que eu tenho, não posso pensar só como se fosse um videogame. Penso em cada peça que tenho, adaptei essas questões e cada vez eu os sinto mais confortáveis em campo”, completou o técnico do Flamengo Sub-17.

Poucas palavras

Filipe Luís destacou que não abre muito o seu pensamento sobre estilo de jogo:

“Sempre pensei que o treinador tem que falar o menos possível, dar menos pistas possíveis. Mas o meu modelo de jogo é de propor sempre, sair jogando com a bola, posse no campo ofensivo e ataque ao espaço. É um jogo mais vertical neste ponto e baseado muito no último conceito, que é a pressão. A cada adversário que eu jogo, eu quero pressionar sempre para ter a bola, mas isso é muito difícil.”

“Acredito ter a capacidade de fazer isso, por mais que às vezes erre ou acerte. Mas é um modelo baseado principalmente em pressionar e depois um jogo muito agressivo e em direção ao gol”, disse.

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