Fenerbahçe boicota a disputa da Supercopa da Turquia; Entenda os bastidores
Clube foi a campo com jogadores sub-19 e ficou apenas um minuto jogando
O Fenerbahçe atraiu a atenção global ao boicotar a Supercopa da Turquia contra seu maior rival, o Galatasaray, optando por utilizar sua equipe sub-19 e retirá-la de campo após poucos minutos. Essa decisão histórica reflete uma ruptura do clube com a estrutura do futebol turco.
O boicote foi anunciado pelo clube de Istambul durante uma Assembleia realizada na semana anterior à partida. O Fenerbahçe solicitou o adiamento da Supercopa da Turquia e exigiu a presença de uma arbitragem estrangeira no jogo.
No entanto, a TFF (Federação Turca) não acatou o pedido. Dessa forma, apesar do pedido do clube turco, a entidade escalou Volkan Bayarslan como árbitro.
Os bastidores envolvendo o Fenerbahçe
Inicialmente programada para o dia 29 de dezembro e a ser realizada na Arábia Saudita, a partida foi suspensa uma hora antes do início devido a divergências políticas com os organizadores. Logo depois, o jogo foi remarcado para o último domingo, dia 7 de abril, em Sanliurfa, localizada a mil quilômetros de Istambul.
O Fenerbahçe, diante da falta de atendimento aos seus pedidos pela Federação Turca de Futebol (TFF), decidiu enviar um time sub-19 para disputar a partida contra o Galatasaray como forma de protesto. Essa ação radical foi uma maneira de chamar a atenção para as condições do futebol turco e as decisões da TFF.
Além disso, o clube anunciou que adotará a mesma abordagem nas próximas duas temporadas da Copa da Turquia como uma forma de continuar pressionando por mudanças na estrutura do futebol nacional.
“A nossa rebelião hoje, a nossa postura na Supercopa, não tem nada a ver com a data do jogo ou com o que aconteceu no último jogo fora de casa”, explicou o presidente do clube, Ali Koç, fazendo referência à agressão da torcida do Trabzonspor contra jogadores do seu clube.
Os motivos por trás da decisão
O Fenerbahçe foi impulsionado a adotar medidas drásticas após os incidentes ocorridos na partida contra o Trabzonspor, em março, quando a torcida rival invadiu o campo e agrediu os jogadores do clube de Istambul. Esse episódio foi o estopim para que o clube convocasse uma Assembleia Geral para discutir a possibilidade de sair da liga local.
No entanto, a decisão do clube não se restringe apenas à violência no futebol turco. O Fenerbahçe também se sente prejudicado pela arbitragem e pelas decisões dos tribunais esportivos do país, além de se considerar desamparado pelas autoridades de segurança turcas.
Esses fatores combinados levaram o clube a adotar uma postura radical em busca de mudanças significativas na estrutura do futebol nacional.
“No futebol turco, existe um sistema, uma rede ou uma gangue, que há anos desenha o rumo da liga por meio de árbitros. Eles podem manobrar como quiserem”, comentou o presidente do clube, antes da Supercopa.
Presidente já havia comentado
No vídeo de 28 minutos exibido durante a Assembleia Geral do dia 2 de abril e compartilhado nas redes sociais, o Fenerbahçe apresentou uma série de decisões controversas da arbitragem e casos de violência que ocorreram desde 2006. Ali Koç falou sobre o boicote:
“Já passamos por muita coisa, temos sido pacientes, procuramos manter a calma, gritamos as injustiças, focamos no esporte e nos atletas apesar de todas as conspirações, tentativas de assassinato, injustiças e assédios. É por isso que digo que o passo que damos hoje (domingo) é o primeiro e concreto dos passos que daremos a partir de agora.”