Costa do Marfim: Superou Guerras e sedia a Copa Africana de Nações investimento de mais de US$ 1 bilhão

Côte d'Ivoire, a nação que superou as guerras e investiu mais de US$1 bilhão para hospedar a Copa Africana de Nações

Em 13 de janeiro de 2024, o som do apito inicial da Copa Africana de Nações ecoará pela primeira vez em solo marfinense. Vinte e quatro nações lutarão pelo título mais cobiçado do futebol africano. A Côte d’Ivoire, que não recebia a competição desde 1984, é a anfitriã desta edição. Este é um marco monumental para a nação da África Ocidental, que enfrentou sérias adversidades em tempos recentes.

Contexto Histórico

A Côte d’Ivoire protagonizou duas guerras civis (2002-2007 e 2010-2011) que resultaram na morte de aproximadamente 4 mil pessoas e no deslocamento de mais de 1 milhão de civis. Pouco mais de uma década depois, o país mostra um crescimento econômico expressivo e espera que a Copa Africana de Nações seja o ponto alto do seu desenvolvimento.

O Caminho para a Recuperação

Mas como a nação da África Ocidental passou de duas guerras civis para se tornar a anfitriã do maior torneio da Confederação Africana de Futebol (CAF)? A resposta é o investimento de mais de US$ 1 bilhão feito pela Côte d’Ivoire. Esse montante foi usado para construir e reformar estádios, além de melhorar aeroportos, rodovias, hospitais e hotéis, tudo para receber a Copa Africana de Nações 2024.

A Economia e o Apoio do FMI

“Côte d’Ivoire é um país pobre”, diz Prao Yao Seraphin, professor de economia marfinense. Apesar disso, desde que Ouattara assumiu o poder em 2010, a Côte d’Ivoire registrou um crescimento médio de 8% ao ano. O presidente conseguiu um empréstimo de US$ 3,5 bilhões do FMI em abril de 2023, que foi utilizado parcialmente para investir na infraestrutura da Copa Africana de Nações 2024.

Investimentos em Infraestrutura

As cinco cidades-sedes do torneio na Côte d’Ivoire foram as mais beneficiadas com os investimentos: Abidjan, Bouake, Korhogo, San Pedro e a capital Yamoussoukro. Respectivamente, o país investiu US$ 79 milhões, US$ 84 milhões e US$113 milhões para construir novos estádios nessas cidades. Além disso, US$ 109 milhões foram gastos para revitalizar o Estádio Felix Houphouet-Boigny, em Abidjan.

Melhorias na Área da Saúde e Transportes

Para receber a Copa Africana de Nações 2024, os investimentos em infraestrutura também chegaram à área da saúde. Hospitais em Korhogo e San Pedro foram melhorados e construídos, respectivamente. Além disso, as cidades de Bouake, Korhogo e San Pedro tiveram seus aeroportos remodelados. As estradas que ligam Abidjan ao oeste do país, à costa de San Pedro e também ao norte, até Korhogo, foram modificadas.

A Questão dos Elefantes Brancos

Com tanto dinheiro gasto para sediar a Copa Africana de Nações 2024, existe a dúvida se os estádios da Côte d’Ivoire se tornarão elefantes brancos. No entanto, a Federação Marfinense de Futebol já tem planos para utilizar as luxuosas arenas no futuro. A ideia é se tornar um centro regional de acolhimento, principalmente para os países cujos estádios nacionais não podem receber jogos internacionais.

O Legado da Copa Africana de Nações 2024

A Côte d’Ivoire tem boas expectativas em relação ao legado da Copa Africana de Nações 2024. O turismo, que representa 8% do PIB do país, pode ser diretamente impactado pelos investimentos no esporte. Quando o árbitro apitar o início da Copa de Nações Africanas, os marfinenses terão um motivo a mais para celebrar.

Após anos difíceis devido aos conflitos internos, os moradores da Côte d’Ivoire querem deixar o passado de violência para trás enquanto comemoram a volta por cima. Obviamente, o título da competição seria muito bem-vindo. Mas a verdade é que o país já se considera um campeão por tudo o que viveu até a Copa Africana de Nações 2024.

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