Corinthians: Diretor ajuda a conter crise nos bastidores do clube

Clube vive momentos tensos na diretoria

Fernando Alba ainda mantém o termo “adjunto” na nomenclatura de seu cargo, mas atua como diretor de futebol do Corinthians desde a saída de Rubens Gomes, o Rubão, em 2 de maio.

O novo chefe do departamento tem um perfil bem diferente do anterior. Enquanto Rubão se notabilizou por declarações de efeito, como “acabou a farra”, e apostou nas mídias sociais para se aproximar da torcida do Corinthians, Fernando Alba evita os holofotes e não tem perfil público nas redes.

As decisões de Fernando Alba

Embora tivesse recebido a promessa de integrar a diretoria desde a campanha eleitoral de Augusto Melo, Alba só foi convidado para participar em fevereiro.

Ele assumiu o cargo no dia 8, quando a montagem do elenco já estava em andamento e o clube havia enfrentado desgastes com os casos de Lucas Veríssimo, Garro e Matheuzinho.

Nos bastidores, o diretor-adjunto é elogiado por sua capacidade de apagar incêndios com um perfil discreto e conciliador. Duas negociações recentes são apontadas como exemplos claros:

  • A negociação para rescisão de contrato de Mano Menezes;
  • As conversas para a saída de Cássio;

No primeiro caso, ele é apontado como responsável por destravar as conversas e agilizar a troca de documentação, o que permitiu que António Oliveira fosse registrado na CBF e estreasse pelo clube dois dias depois.

Já na saída do goleiro, Alba conduziu não apenas as conversas com Cássio – ao lado do presidente Augusto Melo e do executivo Fabinho Soldado -, mas também com os sócios do empresário Carlos Leite. Apesar de os agentes estarem processando o Corinthians na Justiça, o clima entre as partes foi cordial.

Ele conteve a crise interna

Na última quinta-feira, o diretor-adjunto de futebol teve um papel central em outra negociação, desta vez de natureza política.

Membros do Movimento Corinthians Grande (MCG), grupo que ele lidera, expressaram o desejo de “desembarcar” da base de apoio ao presidente Augusto Melo.

Como resultado, Alba, o diretor financeiro Rozallah Santoro e outros membros do MCG teriam que renunciar aos seus cargos no clube, o que representaria um sério abalo na gestão.

Prometendo dar mais autonomia aos diretores, Augusto Melo conseguiu convencê-los a permanecer. No entanto, a decisão gerou insatisfação entre alguns membros do grupo, incluindo Felipe Ezabella, um dos mais influentes do MCG, ao lado de Alba.

As decisões de Alba

Fernando Alba ingressou na diretoria em fevereiro, mas levou algum tempo até ganhar mais autoridade. Inicialmente, o dirigente foi cauteloso para não sobrepor a autoridade de Rubão, com quem mantinha uma boa relação.

Nas últimas semanas, porém, após a saída do ex-diretor, Alba tem liderado as decisões do departamento. Junto com Fabinho Soldado e a comissão técnica de António Oliveira, ele está elaborando o planejamento para a atuação do clube na janela de transferências de julho.

O clube busca reforços, mas está ciente de que já gastou bastante no início do ano, comprometendo mais de R$ 130 milhões em contratações.

Alba tem uma longa trajetória na política do Corinthians, com mais de duas décadas de atuação. Ele fez parte de gestões do grupo Renovação e Transparência, que liderou o clube entre 2007 e 2023.

Além disso, ocupou o cargo de diretor da base entre 2011 e 2014, foi diretor de esportes aquáticos de 2007 a 2010 e serviu como conselheiro do clube por quatro mandatos.

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