Caso ROBINHO: STJ julga pedido da Itália para que ex-jogador cumpra pena no Brasil

STJ avalia pedido da Itália para que Robinho cumpra pena no Brasil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está avaliando o pedido da Itália para que o ex-jogador Robinho, uma estrela do futebol brasileiro, cumpra no Brasil a pena de nove anos de prisão pelo crime de violência sexual de grupo.

Robinho e o futebol

Robinho, que já jogou por grandes clubes como Real Madrid, Manchester City e Milan, é considerado um dos talentos notáveis do futebol brasileiro. Contudo, sua reputação foi manchada por uma condenação em 2017 por atos ocorridos em 2013.

A condenação

O jogador foi condenado em 2017 por atos ocorridos em 2013. Posteriormente, a sentença foi confirmada em outras instâncias – em janeiro de 2022, a mais alta corte da Itália encerrou qualquer possibilidade de recurso.

O pedido da Itália

Desde então, a Itália pediu a extradição de Robinho para as autoridades brasileiras – o que não ocorreu, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. As autoridades italianas, então, pedem que a pena seja cumprida no Brasil.

O papel do STJ

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgará no dia 19 de março o pedido da Itália para que Robinho cumpra no Brasil a pena de nove anos de cadeia pelo crime de violência sexual de grupo. Caberá recurso.

As possibilidades

Existem três possibilidades para o caso:

  1. Que o STJ concorde com o pedido italiano;
  2. Que o pedido seja rejeitado;
  3. Que o processo comece do zero no Brasil.

A vida de Robinho após a condenação

Robinho vive no litoral paulista desde que voltou ao Brasil. Na terça-feira, ele esteve no CT do Santos e chegou a participar de um churrasco com o elenco profissional, ação que recebeu muitas críticas da torcida e imprenssa.

A posição do Santos

Horas depois, o clube divulgou uma nota dizendo que o ex-jogador não foi convidado para o evento e que ele esteve no clube para levar um exame do filho, que atua na equipe sub-17.

Entendendo o caso

O crime cometido por Robinho aconteceu na Sio Café, uma conhecida boate de Milão, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. À época, Robinho era um dos principais jogadores do Milan. Além dele e de Falco, outros quatro brasileiros, segundo a denúncia da Procuradoria da cidade, participaram da violência sexual contra uma mulher de origem albanesa.

A vítima

A vítima, residente na Itália há alguns anos, naquela noite foi com uma amiga à boate – a violência ocorreu dentro do camarim do local – para comemorar seu aniversário de 23 anos. No final desta semana, completará 32.

A condenação de Robinho

Desde que a vítima do estupro coletivo denunciou o jogador, há nove anos, a Itália viu dezenas de episódios semelhantes ganharem destaque, alguns deles envolvendo filhos de políticos. Os acusados, segundo um balanço do judiciário realizado pelo equivalente ao IBGE italiano, são majoritariamente jovens entre os 20 e 25 anos (Robinho tinha 29 anos quando foi acusado do crime).

As gravações de Robinho

O ge publicou com exclusividade em outubro de 2020 as interceptações realizadas contra Robinho e seus amigos com a autorização da Justiça – escutas foram instaladas até no carro que o jogador usava na Itália.

A pena de Robinho

A primeira condenação do ex-jogador do Santos e de Ricardo Falco data de novembro de 2017. À época, Robinho jogava no Atlético-MG. Ele deixou a Itália em 2014, quando já tinha sido convocado a depor no inquérito que apurava o crime – o jogador negou a acusação, mas confirmou que manteve relação sexual com a mulher, ressaltando que ela foi consensual e sem outros envolvidos. No caso de Falco, uma perícia encontrou a presença de seu sêmen nas roupas da jovem.

Reconstituição do crime

Na reconstituição feita pela Justiça, a vítima de origem albanesa contou que foi ao Sio Café em 21 de janeiro de 2013 para comemorar seu aniversário ao lado de duas amigas. No dia, a programação da boate era dedicada à música brasileira.

A noite do crime

Ainda segundo o depoimento, na noite do episódio, a vítima disse que foi ao local convidada por um dos amigos do Robinho, mas que, por SMS, ele a informou que ela só deveria se aproximar da mesa depois que a mulher do jogador fosse embora.

A violência

Depois de dançar com os brasileiros, sem ar e tonta, ela contou ter ido para uma área externa da boate, momento em que um dos amigos do jogador tentou beijá-la. Pouco depois, os dois foram para o camarim, onde o mesmo amigo continuou tentando beijá-la.

A repercussão do caso

Diversas gravações de ligações telefônicas entre os acusados, feitas com autorização da Justiça, foram transcritas na sentença. Uma das mais decisivas para a condenação em primeira instância foi uma conversa de Ricardo Falco com Robinho que indicou ao tribunal que os envolvidos tinham consciência da condição da vítima.

A condenação do músico brasileiro

O único dos presentes na boate em Milão que cumpriu a pena aplicada pela Justiça foi o músico brasileiro Jairo Chagas, que vive na Itália há anos e que naquela noite de 2013 tocava no Sio Café. O crime teria ocorrido no camarim dele, conforme a reconstituição feita pela Procuradoria.

A decisão do STJ

Agora, o futuro de Robinho está nas mãos do STJ. Dependendo da decisão do tribunal, o ex-jogador poderá ter que cumprir sua pena no Brasil. Seja qual for a decisão, este caso serve como um lembrete de que, mesmo no mundo do futebol, ninguém está acima da lei.

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