O Futebol Chinês e o fim dos MILHÕES em investimento
Crise Financeira no futebol chinês: Falência da Evergrande Sinaliza Fim de Projeto Milionário no Futebol
O declínio da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês, simboliza o fim de uma era no futebol do país. Antes responsável por atrair jogadores renomados e ostentar títulos, como as sete conquistas consecutivas do Campeonato Chinês e duas Ligas dos Campeões da Ásia na década passada, o Guangzhou Evergrande agora enfrenta sérios desafios após a falência da empresa-mãe.
Era de Ouro: Auge dos Investimentos no Futebol Chinês
Fundado nos anos 50 e adquirido pela Evergrande em 2010, o Guangzhou já era um clube forte quando o governo da China decidiu transformar o futebol local. Entre 2015 e 2018, período de auge dos investimentos, o clube gastou impressionantes €234,6 milhões (R$1,3 bilhão) em direitos econômicos de jogadores, superando potências europeias como Porto, Benfica e Lyon.
Desilusão e Mudanças na Política Esportiva
A reviravolta ocorreu em 2019, quando o governo chinês desistiu do projeto de tornar o país uma potência futebolística. Restrições salariais para atletas estrangeiros e a proibição de empresas nomearem clubes que possuíam marcaram o início do declínio. Em 2020, o Guangzhou Evergrande virou Guangzhou FC, enquanto a empresa-mãe enfrentava os efeitos da desaceleração econômica e da crise habitacional.
O Triste Destino do Guangzhou no Futebol da China
Com a economia em crise, o Guangzhou enfrentou desafios em campo. Rebaixado para a segunda divisão em 2022, não conseguiu o acesso na temporada seguinte. Apesar da falência da Evergrande, o clube ainda mantém a empresa como acionista majoritária. A força financeira da China no futebol se dissipou, e o cenário atual não conta com jogadores renomados nos elencos dos clubes.
Uma Nova Realidade
Após anos de bonança, financiados por empresas como a Evergrande, o futebol Chinês não atrai mais jogadores de renome internacional. Com exceção de Oscar, que assinou contrato antes das restrições salariais, os clubes chineses perderam a presença de grandes estrelas. O Shanghai Port, atual campeão, enfrenta dificuldades na Liga dos Campeões Asiática, indicando um novo capítulo para o futebol chinês após o colapso financeiro da Evergrande.
Quem vivenciou parte de todo esse processo de declínio do futebol Chinês foi o centroavante brasileiro Felipe Sousa que defende as cores do Chengdu Rongcheng desde 2021. De acordo com o jogador, o país enfrentou uma árdua época, especialmente em decorrência da pandemia da Covid-19. Ele lembra que diversas agremiações esportivas, com história no esporte local, fecharam as portas.
“A China passou por momentos difíceis. Desapareceram times campeões. Antes eram super contratações e… elas fracassaram. O país não evoluiu e nem se classificou para a Copa do Mundo” – disse Felipe em entrevista ao GE ano passado.
Muitas das agremiações esportivas da China, que antes eram grandes potências no cenário nacional e em crescimento exponencial a nível internacional, enfrentaram duras dificuldades financeiras. Com isso, clubes conhecidos, como Jiangsu Suning, Tianjin Tianhai e Chongqing Dangdai, encerraram suas atividades.
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